quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O Feminismo e o Movimento Feminista


Feminismo



O feminismo é uma filosofia universal que considera a existência de uma opressão específica a todas as mulheres. Essa opressão se manifesta tanto a nível das estruturas como das superestruturas (ideologia, cultura e política). Assume formas diversas conforme as classes e camadas sociais, nos diferentes grupos étnicos e culturas.
No decorrer do tempo, o feminismo manifestou-se de formas variadas, todas elas dependentes da sociedade de origem e da condição histórica das mulheres





No Brasil

O feminismo no Brasil teve origem no século XIX e as primeiras manifestações desafiaram ao mesmo tempo a ordem conservadora que excluía a mulher do mundo público (do voto, do direito como cidadã) e também, propostas mais radicais que iam além da igualdade política, mas que abrangiam a emancipação feminina, pautando-se na relação de dominação masculina sobre a feminina em todos os aspectos da vida da mulher. Durante o império, alguns juristas tentaram legalizar o voto feminino, com ou sem o consentimento do marido. A constituição de 1891, não excluía a mulher do voto, pois na cabeça dos constituintes não existia a idéia da mulher como um indivíduo dotado de direitos. Isso fez com que muitas mulheres requeressem, sem sucesso, o alistamento. A constituição republicana de 1889 continha inicialmente uma medida que dava direito de voto para as mulheres, mas na última versão essa medida foi abolida, pois predominou a idéia de que a política era uma atividade desonrosa para a mulher.

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Interessante:
  
  
Existe um livro escrito por Maria Amélia de Almeida Teles ( o da foto ao lado ) que conta uma breve história do feminismo no Brasil, editado pela Brasiliense, não se trata de um lançamento, mas de uma recomendação de leitura pra quem quer conhecer a atuação das mulheres que por incrível que pareça vem de longa data.
O livro fala da Mulher, em termos de aspiração e projeto, rebeldia e constante busca de transformação, falar de tudo que envolva a condição feminina, não é só uma vontade de ver essa mulher reabilitada nos planos econômico, social e cultural. É mais do que isso, é assumir a postura incômoda de se indignar com o fenômeno histórico em que metade da humanidade se viu milenarmente excluída nas diferentes sociedades, no decorrer dos tempos.


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 Feminismo Rebelde

O feminismo, procurou pautar-se pela linguagem predominante na esquerda do país, dominando não apenas os conceitos marxistas, mas procurando provar como, em cada uma das questões levantadas pelos líderes e partidos políticos, era possível também perceber a dimensão feminina. Em suma, falando a linguagem marxista-masculina, as feministas esforçaram-se para dar legitimidade às suas reivindicações, para valorizar suas lutas e apresentarem-se como um grupo político importante e digno de confiança. Por isso, o editorial de NÓS MULHERES, publicado a 7 de março de 1978, propunha:

             "Que as coisas fiquem claras: mantemos a firme convicção de que existe um espaço para a imprensa feminista, que denuncia a opressão da mulher brasileira e luta por uma sociedade livre e democrática. Acreditamos que a liderança da luta feminista cabe às mulheres das classes trabalhadoras que não só são oprimidas enquanto sexo, mas também exploradas enquanto classe."

A idéia de que o conceito de classe deveria ser priorizado em relação ao de sexo revelava, portanto, que a apropriação da linguagem masculina, marxista ou liberal, era fundamental para se conseguir a aceitação na esfera pública masculina, que progressivamente se reconstituía.


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Ondas do Feminismo


Primeira onda
A primeira onda do feminismo se refere ao período de atividade feminista ocorrido durante o século XIX e o final do século XX no Reino Unido e nos Estados Unidos. Esse período tinha como onjetivo principal promover a igualdade nos direitos contratuais e de propriedade para homens e mulheres e na oposição de casamentos arranjados. Porém, no fim do século XIX, o ativismo passou a se focar principalmente na conquista de poder político, especialmente o direito ao voto por parte das mulheres.

Segunda onda
 A segunda onda do feminismo se refere a um período que teria começado no início da década de 1960 e durado até o final da década de 1980. A segunda onda, apesar de ser uma extensão da primeira, vai diferir no sentido de que enquanto as primeiras feministas focavam nos direitos polítcos, as feministas da segunda onda se preocupavam com as questões da igualdade entre os sexos e no fim da discriminação.

Terceira onda
 A terceira onda do feminismo começou no início da década de 1990 e perdura até os dias atuais. Essa terceira onda surge como uma resposta às supostas falhas da segunda onda. Esse novo pensamento feminista visa evitar as definições essencialistas da feminilidade feitas pela segunda onda,onde as ativistas teriam dado ênfase demais as experiências das mulheres brancas de classe média-alta.As feministas da terceira onda desafiam os paradigmas da segunda onda sobre o que é e o que não é bom para as mulheres.


Louise Weiss, juntamente com outras suffragettes parisienses em 1935
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Críticas ao feminismo
  
Alguns críticos (tanto homens quanto mulheres) pensam que as feministas estão efectivamente pregando o ódio contra os homens, ou tentando mostrar a inferioridade do homem; argumentam que se as palavras "homem" e "mulher" forem substituídas por "negro" e "branco",respectivamente, os textos feministas podem se transformar naturalmente em manifestos racistas.
Outros críticos dizem que, por conta do feminismo, os homens começam a ser oprimidos; a crítica diz que em países como os EUA a taxa de suicídios entre homens tem crescido bastante desde a década de 70, sendo maior do que a taxa entre a população feminina, e tenta concluir com isso que os homens estão se matando mais devido a uma contra-opressão por parte das mulheres. As feministas se defendem afirmando que não há relação causal necessária entre o feminismo e o aumento do suicídio masculino.
 Mais algumas crítica é de que a justiça, a partir da intervenção feminista, tem privilegiado mulheres em disputas legais do tipo custódia das crianças em caso de divórcio, ou em casos de assédio sexual aonde seria quase que impossível para um acusado provar-se inocente. Outras críticas estão ligadas a questão de acção afirmativa.



O feminismo hoje

Muitas feministas acreditam que a discriminação contra mulheres ainda existe tanto em países subdesenvolvidos quanto em países desenvolvidos. O quanto de discriminação e a dimensão do problema são questões abertas.
Tem feministas, no entanto, também questionam o uso da palavra "feminismo" para se referir a atitudes que propagam a violência contra qualquer género ou para grupos que não reconhecem uma igualdade entre os sexos. Algumas feministas dizem que o feminismo pode ser apenas uma visão da "mulher como povo". Posições que se baseiam na separação dos sexos são consideradas, para esses grupos, sexistas ao invés de feministas.
Há feministas que fazem questão de assumir diferenças entre os sexos — ao contrário da corrente principal que sugere que homem e mulher são iguais.


Movimentos feministas e algumas das formas

O feminismo liberal e socialista tem a identidade nas mulheres como seres humanos e toma como adversário o Estado patriarcal e/ou capitalismo patriarcal, tem como meta direitos iguais, inclusive direito de ter filhos ou não. Concentrou seus esforços na obtenão de direitos iguais para homens e mulheres em todas as esferas da vida social, econômica e institucional.

 
As feministas radicais tiveram origem a partir daquelas mulheres que começaram a se organizar em oposição às contínuas discriminações que sofriam nas organizações de esquerda das quais participavam. Identificavam nos homens os agentes da opressão, tomando as outras formas de opressão como extensão da supremacia masculina. Concentravam seus esforços na conscientização e para tanto, organizavam grupos exclusivamente femininos.

 
O feminismo cultural tem a identidade na comunidade feminina, seus adversários são as instituições e os valores patriarcais, tem como meta a autonomia cultural.

O feminismo essencialista (espiritualismo, ecofeminismo) tem como identidade o modo feminino de ser, acreditam numa essência única feminina e tem como adversário o modo masculino de ser, tem como meta a liberdade matriarcal.

O feminismo lesbiano tem como identidade a irmandade sexual/cultural, como adversário a heterossexualidade patriarcal e como meta a abolição do gênero pelo separatismo.


Além dessas formas, há as identidades femininas específicas étnicas, nacionais, autodefinidas, estas tem identidade autoconstruídas por exemplo: feminista lésbica negra, tem como adversário a dominação cultural e como meta o multiculturalismo destituído de gênero.

 
Há ainda o feminismo pragmático (operárias, autodefesa da comunidade, maternidade etc.) que tem como identidade donas de casa, mulheres exploradas/agredidas e tem como adversário o capitalismo patriarcal e como meta a sobrevivência/dignidade.
Com a oposição de movimentações antifeministas, as diferenças entre feministas radicais e liberais foram cada vez mais ficando a margem, o que possibilitou a a aproximação entre essas correntes uma vez que seria necessária a união de forças para sustentar o movimento. Há também outro elemento a ser considerado ao se fazer a diferenciação das formas do feminismo que é o da geração, fator este que já não está relacionado à divisão entre radicais e liberais, mas ao maior grau de importância conquistado pelo lesbianismo, a importância dada a expressão sexual, e uma maior abertura para cooperar com os movimentos sociais masculinos, caracteristícas das gerações mais recentes.


Alguns tipos de organizações feministas podem ser encontrados: 

Organizações nacionais, cuja principal exigência são os direitos iguais Organizações prestadoras de serviços diretos (redes de grupos locais)  Organizações de defesa da mulher - especialistas

 
A partir da década de 60, uma década após Simone de Beauvoir ter escrito o livro O segundo sexo, aonde denúncia as raízes culturais e sociais da desigualdade sexual, as teorias feministas já passam a uma necessidade de compreensão do universo no qual a mulher está inserida a partir da construção social da condição. Incorporam, portanto outras frentes de luta, e começam a forjar o conceito de gênero e da hierarquia mascarada pela diferenciação de papéis.


Um movimento que tem origens no feminismo radical é o feminismo descontrutivista, que acredita ser o sexo (tanto no sentido biológico quanto social) uma construção social, que deve ser rejeitada enquanto unidade de classificação. Para esse tipo de feminismo, o paradigma de dois sexos deve ser substiuído por outro, que considere diversas sexualidades.


Embora muitas líderes do feminismo tenham sido mulheres, nem todas as pessoas adeptas do feminismo são mulheres e nem todas as mulheres são feministas. Um dos pontos de divergência no interior do movimento é a participação ou não de homens no movimento feminista.


O feminismo encontra bastante limitação fora do ocidente, onde esteve restrito durante o século XX. Os movimentos feministas esperam que as ações e conquistas ganhem espaço em todo o mundo durante o século XXI.


Manuscrito da obra de Mary Wollstonecraft, Em defesa dos direitos da mulher

* Mary Wollstonecraft, nasceu em Spitalfields, Londres. Ela quem publicou a  obra , A Reivindicação dos Direitos da Mulher (1790), que foi uma das suas mais importantes. Na obra estão lançadas as bases do feminismo moderno.



Pós-feminismo

O termo pós-feminismo descreve uma série de pontos de vista em reação ao feminismo. Embora não cheguem a ser "anti-feministas", as pós-feministas acreditam que as mulheres atingiram as metas da segunda onda, ao mesmo tempo em que são críticas das metas da terceira onda do feminismo. O termo foi usado pela primeira vez na década de 1980, para descrever uma reação contra essa segunda onda, e atualmente é usado como rótulo para diversas teorias que analisam de maneira crítica os discursos feministas anteriores, e incluem desafios às ideias da segunda onda.


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                   IMAGENS
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MUSICA  ♫


Mulheres de Atenas
Chico Buarque


Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas

Quando amadas se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem imploram
Mais duras penas, cadenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos
Poder e força de Atenas

Quando eles embarcam soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam, sedentos
Querem arrancar, violentos
Carícias plenas, obscenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos
Bravos guerreiros de Atenas

Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar um carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas, Helenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Geram pros seus maridos
Os novos filhos de Atenas

Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito, nem qualidade
Têm medo apenas
Não tem sonhos, só tem presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas, morenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos
Heróis e amantes de Atenas

As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas, não fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
As suas novenas
Serenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos
Orgulho e raça de Atenas






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Minha opnião sobre o Feminismo
Para mim, as mulheres lutaram sim pelos seus direitos e vem lutando até hoje!
Não foi uma bobeira delas pois se não fossem essas rebeldes o que seriam de nós mulheres hoje?
Só acho que atualmente as mulheres querem exigir seus direitos mais com ''vantagens'', observamos muito isso quando vimos uma mulher falando que não tem que existir tiro de guerra feminino, ou que homens que tem que abrir os vidros de palmitos e azeitonas...
Feminismo foi necessário para nos mulheres e nossa formação atual e o Marxismo é uma bobeira, cada um tem sua capacidade, e um depende do outro para viver! Então nesse mundo temos que aprender a respeitar uns aos outros :)
isso aê :)

aluna : Victória Maria Catossi Servo n° 29   3°F   
Escola : E.E Monsenhor Gonçalves
Blog criado para a atividade de Sociologia